Ontem fui ao cinema assistir "Tropa de Elite II". E fiquei impressionado. Não tanto pela violência já esperada, mas pela trama bem amarrada e pela excelente atuação de todos os atores envolvidos. Gostei mesmo.
Só tem um problema: filme brasileiro tende a mostrar traços da realidade. E esse é mais um. Problemas sociais. Corrupção. Estado ineficiente. Polícia incompetente. Milícias, traficantes e coisas do tipo. Mas como no primeiro filme, o que mais me chocou foi o que já havia me chocado no primeiro filme: a barbárie. E como as pessoas gostam disso. Aliás, esse filme já havia provocado uma gigante discussão a respeito da indústria cultural e da forma e desigualdade na distribuição cinematográfica. Aliás eu poderia ter baixado filme e assistido no conforto do meu lar, comendo pipoca de micro-ondas. Mas eu tinha que ir ao cinema e ver a reação do público. E eu vi. fiquei do lado de um cara que vibrava a cada tiro, soco ou xingamento desferido pelo Nascimento. Ou seja, bandido bom é bandido morto, isso é o que o rapaz pensava.
Engraçado que justamente o que mais foi discutido no primeiro filme, do seu lado de fora, foi levado até as telas, ou seja a questão dos direitos humanos e o porquê da violência do filme. O fato de ser um tanto fascista. Classista. Isso ele ainda é. A população passa incólume. Não tem voz, não tem vez. É mera espectadora passiva.
Como se não houvesse saída possível, ela ainda aceita de cabeça baixa a pretensa ação da suposta milícia. Mas e o Estado, onde estava? Todo mundo é tão facilmente corruptível assim? Tão passivo, tão imoral, alheio a tudo e a todos?
Outro ponto interessante é a questão da política. engraçado é o filme ser lançado só após as eleições. Não o fosse, será que o Sr. Wagner Montes seria eleito deputado?
Quando foi lançado o primeiro filme, recebi um e-mail de um amigo com um texto sobre o primeiro filme. vou colocar aqui para que vocês possam ter uma ideia do que há por trás de algo tranquilo como um filme de ação. E porque filme brasileiro tem que falar de problemas sociais. É que aqui não precisamos inventar motivos para violência, criminalidade. O terrorismo está nas ruas, está no Estado. É aí que eu lembro de uma frase do Marcelo D2 sobre a função da polícia: servir e proteger, servir a quem? Proteger de que?
E aí, você é fã do agora Tenente Coronel Nascimento? Berra aí, berra!!
Mas se você me der um desses, vou achar muito legal!!
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