sábado, 30 de outubro de 2010

Pinóquio pós-moderno

Tem uma fase em algum lugar na bíblia que diz o seguinte: "conheça a verdade e ela te libertará". Acho que de tudo que escrito lá, nenhum é tão verdadeiro.
A busca da verdade leva ao conhecimento. Quem não se conforma com a mentira, com a inverdade, com os mitos, busca a verdade.
Isso é a base da filosofia, das ciências como um todo. Uma crença baseada em fatos não questionáveis é um dogma. Se você crê em algo que cuja possibilidade de teste é um fato que não tem como ser questionado, ou falseado (lembro sempre o Alessandro com seu invisível e intangível dragão, que mora na garagem). Porém, sempre que falamos em dogmas nos vem a mente o dogma master que é Deus.
Na verdade não há como conhecermos Deus, nem saber de sua existência ou inexistência. qualquer crença deverá então ser dogmática. Ponto final.
Porém, há uma série de mitos presentes em nosso cotidiano, mitos que nos circulam, que ouvimos todos os dias, mitos a cerca de homens, de situações e feitos.
Normal para muita gente são os mitos narrados na Ilíada e Odisséia. Ou no mito criador de Adão e Eva. Mas e os mitos modernos, aqueles que são criados todos os dias? Milhões de alemães passaram a acreditar que eram uma raça superior, mito esse criado nos nossos tempos. Outro mito era o de que uma pessoa sem instrução, não poderia conduzir uma nação.
Mitos são criados. E sabe o que faz com que os mitos se perpetuem?  A falta de investigação. Recebo todos os dias muitos e-mails com lendas e histórias. E as pessoas repassam sem questionar. Atribuem textos a pessoas que nunca os escreveram.
 Por mais que uma história pareça verídica, ela não pode ser. sendo assim, questionamentos como: quem? quando? onde? por que? como? podem ajudar a desmentir ou elucidar uma situação. A internet hoje abre a vida de todos os indivíduos para que eles possam ser encontrados, suas vidas possam ser escarafunchadas. Questione. Pergunte.
É lógico que mentir é diferente de omitir. Quem omite, também não fala a verdade, mas também não se embanana na mentira deslavada. A omissão pode e deve ser levada em conta. desde que essa omissão não destrua ou mude completamente o rumo da história. No mundo da ciência é ela quem dá o caráter de idoneidade à minha pesquisa. Se eu omitir algo que possa desfavorecer a minha tese, terei problemas.
Como Descartes, não podemos crer tão somente nos sentidos; como Locke e F. Bacon, são necessárias provas empíricas; como Kant é necessário por a razão na balança e saber até que ponto ela pode conhecer.
Algo convincente pode parecer verdade. Algo que parece mentiroso pode ser verdade.
Assim, podemos e devemos questionar tudo. Pois afinal, como Descartes nos propõem, e isso ainda é válido: "penso, logo existo".

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Eleições 2010



Como analisar esse pleito eleitoral? De qual forma devemos ver o espetáculo da democracia
no país das maravilhas puniquim?


Todo mundo já cansou de me ouvir dizer que a democracia estabelece dois elementos vistos
aos pares: primeiro é que nela todo mundo pode votar, e por conseqüência, qualquer um pode
votar. Em segundo temos o fato de que todo mundo pode se eleger, ou seja, qualquer um
pode se eleger.


Quais as implicações disso? Aberrações.


Figura anedótica, Tiririca foi eleito, com mais de 1 milhão e 300 mil votos. Mas o que
representa a eleição do Tiririca? Representa o sonho de qualquer nordestino que vem para
o estado de São Paulo: reconhecimento. Quem são e por que todas essas pessoas votaram
no Tiririca? Sinto informar mas, não foram as camadas mais esclarecidas da população. Ou
seja, temos pessoas que não sabem da importância de um legislador para um país. Não
sabem que esse é o cara que faz as leis, sanciona as leis e deve questionar o executivo em
caso de desmandos. Representa o país. Quando um sujeito vota em alguém que tem como
bordão “vote no abestado” eu digo que não dou a mínima para quem entra. Mas agora, uma
coisa é fato. O Tiririca, suponho eu, recebeu votos de uma grande quantidade de conterrâneos
seus que fazem e constroem o Estado de São Paulo. Sem ironias. É essa gente, marginalizada,
sem direitos, que sofre preconceitos e que carrega com a força bruta esse estado nas costas.
Quem ergue os prédios da grande São Paulo? Nordestinos, que hoje são paulistas que somos
nós. Foi um voto de protesto? Não. Foi um voto em alguém com carisma e que representa o
que todos querem, como já foi dito, reconhecimento.
Terá a capacidade de fazer política e ser político? Não sei. Potencialmente sim.


Mas agora vamos esperar o segundo turno e ver o futuro do nosso país da piada pronta em que agora o palhaço ri de nós, não dos que votaram nele, mas de nós que falamos mal do sujeito.

Macarronada e sangue: faz parte do cotidiano.

Outro dia resolvi comer uma macarronada parecida com a que a minha avó fazia: molho bem vermelho, com muito queijo ralado por cima!! Coloquei um guardanapo na gola da camisa para não sujar a roupa. Sentei no sofá e comecei a mudar de canal. Esportes, notícias, documentários, filmes e seriados. Quem tem TV a cabo ou via satélite não pode reclamar da falta de variedade, talvez da falta de qualidade. No canal de notícias, cenas de crianças famintas na África. Chuvas torrenciais em outra parte do mundo. Chacina em São Paulo. Saldo de mortos nas estradas. E eu comendo minha macarronada com molho vermelho.
Mudei de canal. Filmes. Uma garota encrencada, chorava desesperadamente. Até que o assassino a encurrala e esmaga sua cabeça com uma marreta. Sangue. E eu com a minha macarronada.
MTV, chega de ação, música, please. Um clipe de uns rappers cantando algo indecifrável, empunhando revólveres e fazendo cara de mau. Chega! Desenho: Ben 10 se transformando em monstros estranhos e detonando os adversários. Na verdade, não sei quem é quem. A macarronada já havia acabado e o que restava no prato era a mancha vermelha deixada pelo sangue que escorreu da TV. Minto, era só o molho vermelho.
Mas confesso que a macarronada estava boa.