quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Eleições 2010



Como analisar esse pleito eleitoral? De qual forma devemos ver o espetáculo da democracia
no país das maravilhas puniquim?


Todo mundo já cansou de me ouvir dizer que a democracia estabelece dois elementos vistos
aos pares: primeiro é que nela todo mundo pode votar, e por conseqüência, qualquer um pode
votar. Em segundo temos o fato de que todo mundo pode se eleger, ou seja, qualquer um
pode se eleger.


Quais as implicações disso? Aberrações.


Figura anedótica, Tiririca foi eleito, com mais de 1 milhão e 300 mil votos. Mas o que
representa a eleição do Tiririca? Representa o sonho de qualquer nordestino que vem para
o estado de São Paulo: reconhecimento. Quem são e por que todas essas pessoas votaram
no Tiririca? Sinto informar mas, não foram as camadas mais esclarecidas da população. Ou
seja, temos pessoas que não sabem da importância de um legislador para um país. Não
sabem que esse é o cara que faz as leis, sanciona as leis e deve questionar o executivo em
caso de desmandos. Representa o país. Quando um sujeito vota em alguém que tem como
bordão “vote no abestado” eu digo que não dou a mínima para quem entra. Mas agora, uma
coisa é fato. O Tiririca, suponho eu, recebeu votos de uma grande quantidade de conterrâneos
seus que fazem e constroem o Estado de São Paulo. Sem ironias. É essa gente, marginalizada,
sem direitos, que sofre preconceitos e que carrega com a força bruta esse estado nas costas.
Quem ergue os prédios da grande São Paulo? Nordestinos, que hoje são paulistas que somos
nós. Foi um voto de protesto? Não. Foi um voto em alguém com carisma e que representa o
que todos querem, como já foi dito, reconhecimento.
Terá a capacidade de fazer política e ser político? Não sei. Potencialmente sim.


Mas agora vamos esperar o segundo turno e ver o futuro do nosso país da piada pronta em que agora o palhaço ri de nós, não dos que votaram nele, mas de nós que falamos mal do sujeito.

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