domingo, 13 de junho de 2010

A busca do Tao


As dicotomias presentes na nossa vida, as polaridades, os opostos, claro-escuro, noite-dia, luz-trevas, alma-corpo, cima-baixo, todos esses elementos formam a nossa concepção binária de mundo. Apesar de um computador agir mediante os nºs zero e um, pode fazer coisas impressionantes e complexas. Da mesma forma sociedades, filosofias, modos de pensar e agir são regidos por esses princípios.
Mesmo em termos de categorias, sempre fazemos usos binários, mesmo que no fim das contas esse uso seja dialético - aqui entendida como superação, transformação.
As coisas se movimentam em torno dessas dualidades, As coisas vivem, morrem, são construídas e destruídas, superadas, ultrapassadas, ressignificadas. Aqui entra então um novo ciclo de construção e destruição. Ideias são formadas, superadas e transformadas. o bom e o ruim, o idiota e o inteligente... todos eles são parte de um mesmo em busca de algo. Em uma perspectiva mais ampla, os mistérios que compõem a vida, são colocados em clara oposição entre o conhecido e o desconhecido. E entre esses mistérios está a oposição mais clássica, entre Deus e o Demônio. Neste mesmo processo de oposição e transformação, podemos afirmar que Deus fez o bem bem, o bom, e que o cramunhão fez o mal, o tenso, o ruim... porém olhando assim temos apenas um maniqueísmo (oposição clássica entre bem e mal, por exemplo) e o processo de transformação, superação não pode existir. Porém podemos analisar isso como um ciclo em que as forças se opõem, mas não são opostos e sim partes do mesmo. Sendo assim, Deus contém o Demonônio, o bem contém o mal, e o oposto também se fará verdadeiro. E isso é necessário pois para que um exista, é necessário que o outro também exista. O movimento não é aparente. Quando pensamos em oposição pensamos de maneira relacional, e sempre pensamos assim. Assim, o antônimo contém o sinônimo. E vice-versa.
Dessa forma a oposição é superada pelo movimento, que é superada pelo superação do próprio movimento e pelo movimento seguinte.
A luta entre claro e escuro terá um vencedor? Haverá um tempo em que a noite vencerá o dia? Não. Pois para que um exista o outro também deve existir.
Se os caminhos existem, devemos então trilhar os melhores, apesar de que bons caminhos sõ existem em oposição aos maus. E para onde leva esse caminho? O oposto de ir é voltar. Ou seja, quando se vai se volta para o local de origem, sacou? Assim, como não sabemos de onde viemos, nem para onde vamos, nos resta apenas o caminho. Nos resta apenas o Tao.

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