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Olha só o teu coração... |
Quando adolescente, era o cara mais bundão da escola... jogava mal futebol ou qualquer outro esporte que envolvesse bola. Era ruim no vídeo-game, damas, xadrez (perdia de todo mundo, apesar da minha jogada secreta infalível que sempre falhava). Mas agora, depois de crescido, depois de adulto, muitas das coisas que achava importante, de fato não eram... Falava mais do que devia, ouvia mais do que merecia...
Hoje, vendo o que meus alunos fazem, como eles pensam, vejo que as coisas não mudaram. Eu sempre fui um sujeito romântico... de escrever poemas e cartas de amor... puro lixo, para ser sincero.
Precisei ler Bukowski para entender as mulheres. E ver que não são tão inatingíveis quanto parecem... E olha que ele era só um velho bêbado!!!
Só que li esse cara tarde demais. Até então meu padrão de amor e comportamento amoroso era o dos nossos românticos.... tão séc. XIX... Acho que por isso mesmo não pegava nada... Aliás, pegava quando baixava em mim o Bukowski que eu ainda não conhecia. Que coisa feia, falar em "pegar"!!! É um objeto, uma coisa? Claro que não... Mas por que tratamos as nossas relações assim?
Em uma época de rapidez, conhecer o outro é saber o nome, o msn, ter o orkut. Só, é o que basta. Mas o legal é a coisa se tornou mais simples. A amada deixou de ser aquele ser inatingível... E o homem deixou de ser aquele saco sem emoções, pois as emoções mesmo não contam... Isso é triste? me diga você!!!
Na verdade só sou casado por causa do Nietzsche. Ele dizia que o segredo para um casamento duradouro é o de você olhar para a pessoa que está ao seu lado e pensar se daqui a 50 anos ainda terá vontade de conversar com ela!!! Eu achei essa pessoa, mas quem se importa com isso, nesse mundo rápido, sem paixão?
O amor é liquido, as relações são líquidas... Aliás, parecem fluidos não newtonianos... Parecem sólidos, mas escorrem pelas mãos...
A distância hoje em ser o cara mais descolado e ser o mais idiota é mais tênue que uma teia de aranha. Sabe quando gruda uma em sua cara? Aí está, ou o bobão, ou o esperto... o malandro e o ingênuo...
Eu sei o que é isso, pois já fui o bobão que apanhava na escola, já fui o descolado que usava roupas que ninguém teria coragem de usar só para ser diferente... hoje percebo que a vida inteira tentei ser apenas eu, o que consegui agora... eu acho.
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